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Dia da Amazônia mobiliza 150 mil pessoas nas ruas por todo o Brasil - RMAI

Dia da Amazônia mobiliza 150 mil pessoas nas ruas por todo o Brasil

by Fábio Rocha

A defesa da Amazônia e a celebração de sua importância para todo o país e o mundo levou às ruas, neste fim de semana, cerca de 150 mil pessoas em todas as regiões do Brasil, mais do que a média diária de público do Rock in Rio. Pela primeira vez, houve uma mobilização nacional grandiosa para comemorar o Dia da Amazônia (05/09), instituído oficialmente em 2007. Os Festivais Dia da Amazônia 2022 aconteceram em oito capitais e houve mais de 625 ações descentralizadas pelo Brasil, reforçando a necessidade urgente de se garantir a proteção do bioma.

No total, mais de 90 artistas se apresentaram gratuitamente em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Macapá, Manaus, Rio de Janeiro, São Luís e São Paulo. Nomes como Gaby Amarantos, Geraldo Azevedo, BaianaSystem, Bruxos do Norte, MC Rapadura, Sabrina Zahar e Swing Safado levaram alegria ao público, formado por pessoas de todas as idades, inspirando uma celebração consciente. No Rock in Rio, um dos maiores eventos mundiais de música, também houve diversas homenagens à floresta, como as da Nave da Natura e o Palco da Amazônia, além de vários artistas.

 

Dia da Amazônia

 

Em capitais como Rio de Janeiro e São Luís, os Festivais começaram pela manhã com eventos voltados para as crianças, seguidos de apresentações musicais. Em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Macapá e Manaus, os shows foram iniciados à tarde, mobilizando milhares de pessoas. Um dia antes, no sábado (3), o festival aconteceu em São Paulo, com a participação da paraense Gaby Amarantos. Nas oito capitais e em todos os locais do Brasil onde houve atividades, a mensagem da importância da floresta para todo o país foi reforçada a todo o momento. Os Festivais Dia da Amazônia 2022 se encerram no próximo dia 10, em Santarém, no Pará.

 

‘A Amazônia é uma causa, uma questão que é do mundo inteiro’, diz Gaby Amarantos

 

“A Amazônia é muito importante não só para a gente que é nortista, para a população do país, do mundo inteiro”, disse Gaby Amarantos. “A Amazônia é uma causa, uma questão que é do mundo inteiro. Então, essa mobilização aqui hoje, através da alegria, da arte, dos shows, é para a gente respirar um pouquinho e entender que a gente respira por causa da nossa Mãe Amazônia”, completou a artista.

No Rock in Rio, o vocalista Rogério Flausino, do Jota Quest, discursou em defesa do meio ambiente e mostrou uma bandeira com a frase “Amazônia livre”. Na tarde de sábado, o bioma foi lembrado no show do DJ Alok. Ele produziu um disco com povos indígenas e aproveitou a apresentação para dar destaque no telão à campanha “Amazônia de Pé”. Sexta-feira, os metaleiros franceses do Gojira também se manifestaram em defesa da Floresta Amazônica.

Na segunda-feira (05/09), como parte das ações de celebração, prosseguiu, em Belém, a  5ª edição do Festival de Cinema das Periferias e Comunidades Tradicionais da Amazônia. Haverá exibição do filme “Pureza (2019)”, estrelado pela atriz e madrinha do Telas em Movimento, Dira Paes.

Além dos shows, houve pelo menos 625 atividades inscritas na Virada Amazônia de Pé por todo o país (programação aqui). Centenas de pessoas, organizações, coletivos, grêmios estudantis, entre outros, registraram suas atividades no site da Virada para também celebrar a Amazônia como símbolo maior do Brasil. Foram realizadas atividades diversas como oficinas, debates, atividades culturais, sempre tendo como foco a Floresta Amazônica e suas populações.

 

Reforço contra a degradação crescente do bioma

 

O objetivo das dezenas de organizações socioambientais e culturais responsáveis pela mobilização é reforçar a necessidade de proteger o bioma amazônico contra a degradação crescente provocada por queimadas, desmatamento, garimpo ilegal e outros crimes que têm elevado os índices de violência na região. E, além de assistir aos shows gratuitos, o público participou de ações de alerta para esses riscos decorrentes da devastação, como o aquecimento global e o consequente agravamento dos desastres naturais e da mudança no regime de chuvas, que, entre outros aspectos, prejudica a produção de alimentos.

A produção do evento inclui as seguintes organizações e iniciativas: Reocupa, Namaloca, Psica, Negritar, Gira Mundo, Condô Cultural, NOSSAS, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Uma Concertação pela Amazônia, Ja.Ca, Murerú Produções, Tapajós de fato, Na Cuia, Suraras do Tapajós, Projeto Saúde e Alegria, Movimentos pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Federação das Organizações Quilombolas de Santarém (FOQS), Negritar, Conselho Indígena Tupinambá (CITupi), Movimento Tapajós Vivo (MTV), Terra de Direitos, Maré Cheia, Engajamundo, Mapinguari, LabExperimental, Megafone Ativismo e Utopia Negra.

Os produtores contaram com o apoio de outras dezenas de instituições, artistas, ativistas, fazedores de cultura, figuras públicas, adultos e crianças para a mobilização em todo o país. “A Amazônia é guardiã de formas de vida, de conhecimento, evidência maior de nossa interdependência com a natureza. Portanto, comemorar o dia 5 de setembro coloca-nos em um lugar de compromisso e visões compartilhadas, ainda que tenhamos diferenças, onde juntos podemos dividir sonhos, difundir conhecimento e inspirar mais pessoas com seus saberes. Essa mobilização será anual a partir de agora, para que nunca mais o Dia da Amazônia deixe de ser celebrado pela sociedade brasileira”, afirmaram em conjunto as organizações que lideram a mobilização.

 A mobilização continua por meio de outras atividades planejadas até o dia 10 de setembro, com o encerramento previsto para acontecer em Santarém (programação aqui).

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