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ESG: tendências na cultura organizacional das pequenas empresas

by Fábio Rocha

Em 2021, o interesse pelo ESG atingiu índices importantes no Brasil. De acordo com um levantamento do Google Trends, entre fevereiro de 2021 e 2022, as buscas sobre o tema cresceram 150% em comparação aos 12 meses anteriores. Inclusive, o Brasil foi o país da América Latina onde houve a maior concentração de pesquisas sobre o assunto e um dos 25 países do mundo que mais buscou a temática. 

ESG é o acrônimo para Environmental, Social and Governance. Em português, ASG – Ambiental, Social e Governança. O interesse dos brasileiros pelo ESG é genuíno e justificado, visto que ele trata das iniciativas e práticas das empresas e entidades voltadas ao meio ambiente, à responsabilidade social e aos processos e estratégias administrativas, que valorizem condutas éticas, transparentes e sustentáveis. Ou seja, tem se tornado sinônimo de responsabilidade socioambiental, reputação e credibilidade para as empresas. 

Uma empresa que investe em ESG aponta para uma maneira sustentável de pensar e firma um compromisso social, empresarial e ambiental perante o mercado. O cumprimento do indicador representa a capacidade de interpretar valores efetivos na sociedade e integrá-los ao negócio. 

 

Atenção das PMEs

 

Ao contrário do que possa parecer, ESG não é temática apenas para as grandes companhias ou para multinacionais. As chamadas PMEs – pequenas e médias empresas – também podem olhar com atenção para o assunto e aderir às práticas de gestão. Isso deve ser feito não por modismo, mas para minimizar riscos no negócio, aumentar a visibilidade, promover inovação e ganhar diferencial no mercado. 

É possível começar com “pequenas atitudes”. Reflita, por exemplo, sobre como sua empresa está lidando com os recursos naturais, caso da água. É possível utilizar soluções de reuso que tragam bons resultados práticos e financeiros? Qual o destino dado aos resíduos da sua produção? Firmar parceria com entidades que se dedicam à reciclagem pode ser uma saída inteligente para contribuir com o meio ambiente? 

Na parte social, caso a comunidade em que sua empresa está inserida careça de apoio para o desenvolvimento de jovens aprendizes, há alguma maneira de oferecer oportunidades ou, de repente, de auxiliar na alfabetização de adultos da região? Iniciativa semelhante vale para os profissionais da empresa. Oferecer um programa de capacitação continuada e programas diferenciados para o desenvolvimento profissional são ações importantes para a governança corporativa, assim como a criação de uma mentalidade voltada ao bem-estar das pessoas, à conduta ética em todas as atividades e ações de combate à corrupção. 

Aliás, a adesão às questões básicas relacionadas à governança fazem enorme diferença no caso de PMEs cujo foco central está no relacionamento e fornecimento de serviços e produtos para grandes companhias. Isso, porque as empresas de maior porte estão cada vez mais rigorosas em relação ao compliance e às iniciativas de sustentabilidade dos parceiros. O mesmo se repete no caso das instituições financeiras. 

A cultura organizacional das empresas já mudou e a adaptação a esse novo momento é essencial. Desmistificar a ideia de que o ESG é algo complexo, que exige alto investimento e é inacessível às empresas de pequeno e médio portes é primordial. Ao contrário, a tendência é de que a implementação do ESG em companhias menores seja mais “simples”, visto que a relação e interação entre os colaboradores acaba facilitando o desenvolvimento e a disseminação de uma cultura ética, de transparência, respeito, diversidade e inclusão, além de ser mais “fácil” implementar mudanças em produtos, processos produtivos e práticas de gestão em empresas menores.

Haroldo Matsumoto é especialista em gestão de negócios e sócio-diretor da Prosphera Educação Corporativa

Por Haroldo Matsumoto

Especialista em gestão de negócios e sócio-diretor da Prosphera Educação Corporativa, consultoria multidisciplinar com atuação entre empresas de diversos portes e setores da economia

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