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Uso da água é vital para 49% das empresas e impõem impactos diretos nos negócios - RMAI

Uso da água é vital para 49% das empresas e impõe impactos diretos nos negócios  

Relatório do CDP Latin America mostra organizações ainda em estágio inicial de gestão de segurança hídrica. Impactos financeiros dos riscos hídricos podem chegar a US$ 16,5 bilhões

Por Sofia Jucon

Segundo levantamento do CDP Latin America, maior plataforma mundial para acompanhamento de dados climáticos, 49% das empresas consideram o uso direto da água como importante ou vital para o sucesso dos negócios. O estudo considera as respostas de 628 empresas da América Latina que divulgaram suas informações sobre o tema em 2022, um número 5% maior do que o registrado no ano anterior.

O impacto financeiro dos riscos hídricos identificados pelas empresas é calculado em 14,3 bilhões de dólares no cenário mais otimista, mas pode atingir 16,5 bilhões de dólares no cenário mais pessimista. Estima-se que o custo de respostas a esses eventos seja da ordem de 11,5 bilhões de dólares.

Impactos nos negócios

Por outro lado, 43% empresas identificaram oportunidades relacionadas à água, com potencial para gerar impactos substantivos nos negócios e efeitos financeiros que podem chegar a 5,3 bilhões de dólares.

“Mesmo com aumento no número de empresas que querem trazer transparência para a questão hídrica, a participação equivale somente a 31% do total daquelas que reportaram dados climáticos”, aponta Caio Monaco, Gerente de Operações do CDP Latin America. “A grande maioria das empresas, cerca de 79%, está concentrada entre as notas C e D, ou seja, ainda em estágios iniciais de gestão e reporte”, conclui.

Em comparação ao ano anterior, apenas 13% das empresas conseguiram reduzir suas captações de água, enquanto 16% aumentaram o volume retirado. Por outro lado, considerando-se o recorte de empresas que foram convidadas pelos investidores signatários do CDP a divulgar seus dados, sobe para 40% o número de companhias que diminuíram o volume de captação de água. A influência dos investidores também se reflete na adoção de melhores práticas de gestão, com 90% das empresas convocadas por esse grupo realizando avaliação de riscos hídricos, contra 39% no quadro geral.

Ciclo da água

Do total de empresas que fazem essa avaliação, 77% identificaram algum tipo de risco, reforçando a importância de se realizar essa análise. Seca, estresse hídrico e escassez hídrica foram os três principais riscos apontados. Em relação a prejuízos, somente 9% das empresas reportaram ter experienciado algum impacto hídrico ao negócio, sendo os três principais – seca, escassez hídrica e poluição.

 

“A água é um recurso limitado no que diz respeito à sua qualidade e à quantidade disponível, pois muitas fontes hídricas estão se tornando poluídas e escassas. O ciclo da água ainda está sendo gravemente afetado pelas mudanças climáticas, causando eventos extremos com secas prolongadas e enchentes devastadoras”, alerta Caio.

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