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Lixo digital representa 52% dos dados armazenados no mundo e prejudica o meio ambiente - RMAI

Lixo digital representa 52% dos dados armazenados no mundo e prejudica o meio ambiente

Para combater o lixo digital, Movimento Circular aponta que a higiene digital e o uso inteligente de informações digitalizadas são fundamentais para corporações e usuários de internet

Por Sofia Jucon

O combate ao lixo digital vem ganhando força. Guardar e-mails e outros dados digitais sem necessidade pode ser prejudicial ao meio ambiente. Prova disso é que o lixo digital responde por 52% das informações armazenadas em todo o mundo, segundo a Veritas Technologies. A empresa estima que 6,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) foram lançadas na atmosfera em 2020 com o armazenamento de lixo digital, informações esquecidas e desconhecidas até mesmo pelos responsáveis por gerenciá-las. Se não houver mudança de hábitos, conforme a Veritas, a quantidade de dados armazenados no mundo vai aumentar mais de quatro vezes, de 33 Zettabytes (ZB) em 2018 para 175 ZB em 2025.

Segundo Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular, maus hábitos digitais, como guardar e-mails antigos, conversas de bate-papo e arquivos repetidos na nuvem, precisam ser repensados, pois a mudança de hábitos é fundamental para reduzir o lixo digital e o consumo de energia necessária para manter esses dados sem utilidade disponíveis. “Ao mesmo tempo em que a digitalização é consequência do desenvolvimento empresarial e tecnológico, seu gerenciamento racional também é parte da solução para a mudança climática”, informa.

Lixo digital

De acordo com o Instituto McKinsey, os usuários comuns são os que mais contribuem com a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, com seus notebooks, tablets, smartphones e impressoras, e geram até duas vezes mais carbono globalmente do que os data centers específicos de empresas.

A pesquisa State of Dark Data, feita com líderes empresariais, mostra que a digitalização é fundamental para as organizações, que continuarão investindo em tecnologias da informação. Segundo o levantamento, 71% dos entrevistados acreditam que os dados vão se tornar mais valiosos nos próximos 10 anos e 88% dizem que o mundo está migrando da era do Big Data para a era dos resultados baseados em dados. No entanto, para 85% deles, o uso adequado da Inteligência Artificial requer um gerenciamento de dados bem sucedido para evitar o lixo digital.

Economia circular

Grandisoli afirma que a higiene digital e o uso inteligente de dados digitalizados atendem às grandes corporações e também aos usuários de internet. “Deve ser prioridade para todos. Não faz sentido manter armazenadas informações obsoletas, que não são utilizadas e que as pessoas sequer se lembram de tê-las armazenadas. A economia circular passa também pelo descarte correto do lixo digital, para que possamos reduzir os impactos da mudança climática nesse importante setor econômico, o da tecnologia”, afirma.

O coordenador pedagógico do Movimento Circular dá algumas dicas para manter a vida digital em ordem, como cancelar a assinatura de todos os e-mails que não são lidos; enviar arquivos por links que expiram, no lugar de anexos; verificar periodicamente e-mails e outras informações que podem se descartadas e usar aplicativos para liberar espaço no celular e na nuvem. “Há muitos aplicativos que descobrem memes, arquivos repetidos e outras informações inúteis que não precisam ser guardadas. Para quem consegue, a dica de ouro é valorizar o diálogo presencial em vez de mandar mensagem”, diz Grandisoli.

Foto: Reprodução

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