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I-REC Day Brazil reuniu 250 pessoas para discutir estratégias de descarbonização e NetZero - RMAI

I-REC Day Brazil reuniu 250 pessoas para discutir estratégias de descarbonização e NetZero  

Um dos maiores emissores de certificados de energia renovável do mundo, o Brasil lançou no ano passado 22 milhões de I-RECs, equivalente a cerca da metade da energia consumida em Portugal. Até 2025, o volume de emissões deve quadruplicar, chegando a 100 milhões, prevê o Instituto Totum, que promove o I-REC Day Brazil.

Por Sofia Jucon

Comprar energia renovável com garantia de origem tem sido a estratégia adotada por um número crescente de empresas brasileiras comprometidas em reduzir a emissão de CO2 no meio ambiente e alcançar a meta de descarbonização até 2050, conforme definido pela ONU. Um termômetro desse interesse é o próspero mercado de certificados de energia renovável que segue o padrão I-REC (Internacional Renewable Energy Certificate), plataforma global que permite o comércio de certificados de energia de fontes comprovadamente renováveis.

Para discutir o papel dos I-RECs nas estratégias de descarbonização e NetZero, a transição para a energia limpa, dentro dos requisitos do ESG, foi realizado, no dia 9 de março, em São Paulo, no Hotel WTC, o I-REC Day Brazil. Promovido pelo Instituto Totum, única instituição no país credenciada como emissor local dos certificados e representante da I-REC Standard Foundation, o evento reuniu especialistas nacionais e internacionais, além de empresas de energia, comercializadoras e outros interessados.

A realização do evento reflete o protagonismo do país em energia limpa e o potencial de crescimento do mercado de certificados renováveis. Ao lado de China e Turquia, o Brasil é um dos três maiores emissores desses certificados. Em 2022, foram emitidos 22 milhões de I-RECs (22 milhões de MWh), o equivalente a cerca da metade da energia consumida em Portugal. A previsão é que o volume de certificados lançados no Brasil quadriplique até 2025, chegando a 100 milhões.

“É um mercado que vem dobrando de tamanho ano a ano. Apenas uma pequena parcela da energia renovável produzida no país, entre 5% e 10%, é alocada para os consumidores, o que dá uma ideia do espaço de crescimento que ainda temos”, afirma Fernando Giachini Lopes, diretor-presidente do Instituto Totum.

I-REC Day

Conforme ele, à medida que se injeta mais energia renovável no grid, deixamos de usar as usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis, que são mais poluentes. “Para se ter ideia do impacto no meio ambiente, cada 1 MWh que as empresas consomem de energia sem garantia renovável de origem, equivale a uma pegada de cerca de 100 kg de dióxido de carbono (CO2), padrão para medição do efeito estufa (referência 2021).  A compra de certificados I-REC é uma forma de diminuir ou até zerar essa pegada de carbono dos consumidores de energia elétrica. Cada I-REC emitido por uma usina produtora de energia renovável (eólica, fotovoltaica, biomassa ou PCH) corresponde a 1 MWh de energia gerada por fonte renovável”, explica o executivo.

Um dos destaques do I-REC Brazil Day foi a participação de Jared Braslawsky, diretor executivo da I-REC Standard Foundation, um dos maiores especialistas no uso, implementação e funcionalidade de sistemas de rastreamento de atributos de energia.  Ele atua como consultor para os membros da RE100 (iniciativa global que reúne mais de 200 empresas multinacionais comprometidas em usar 100% de energia renovável), depois de ter participado ativamente da elaboração do documento de Orientação de Escopo 2 do Greenhouse Gas Protocol (GHGP), em 2015.

Segundo Jared Braslawsky,  o mercado global de I-RECs cresce a uma taxa de 100% ao ano. Para se ter uma ideia da sua abrangência, em 2021 foram emitidos 71 milhões de I-RECs, número que saltou para 199 milhões em 2022.

Outro destaque do evento foi a participação do diretor regional para América Latina da I-REC Standard Foundation,  Benjamin Herrera Vergara. A região já representa 25% das emissões globais de certificados. “Em 2022, observamos uma tendência de crescimento consolidado das emissões no México e no Peru, que estão se juntando ao grupo de principais emissores – Brasil, Chile e Colômbia”, afirma Vergara.

Para Fernando Lopes, o I-REC Day Brazil 2023 superou todas as expectativas. “A demanda foi maior do que a esperada. Tivemos a presença de cerca de 250 pessoas e ainda mais 50 que não conseguiram participar em função do limite de inscrições.  A ideia é repetir o evento em 2024, incluindo outros temas e voltado para um número maior de participantes”, finaliza.

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