No dia 19 de janeiro, o Brasil alcançou a marca de 17 gigawatts (GW) de capacidade em geração própria de energia elétrica, também chamada de Geração Distribuída (GD). O resultado, puxado pela energia solar, conta também com a evolução de outras fontes, como a biomassa, o biogás, a energia eólica, a energia movida a potencial hidráulico e a cogeração a gás natural.
De acordo com Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), “a GD se consolidou ao longo dos últimos anos como a modalidade de energia que mais cresce no Brasil. É importante começar o ano alcançando novos marcos e ampliando a potência em geração distribuída. Vale destacar que, hoje, a GD possui o dobro da capacidade instalada que tinha em dezembro de 2021, há pouco mais de um ano”.
Potencial da geração própria
Atualmente, a geração própria de energia conta com 1,6 milhão de usinas de microgeração e minigeração distribuídas pelo País e 2,1 milhões de unidades consumidoras (UC’s) que utilizam a GD no país. Cada UC representa a casa de uma família, um estabelecimento comercial ou outro imóvel abastecido por micro ou mini usinas, todas elas utilizando fontes renováveis.
De acordo com a ABGD, com os atuais 17 GW de potência instalada, a geração distribuída tem capacidade suficiente para abastecer aproximadamente 8,5 milhões de residências, ou 34 milhões de pessoas. Entre os consumidores beneficiados, a maioria (48,4%) dos projetos é do grupo residencial, seguido pelo consumo comercial (28,7%), rural (14,7%) e industrial (6,8%).
Pot. Instalada | 9 GW | 10 GW | 11 GW | 12 GW | 13 GW | 14 GW | 15 GW | 16 GW | 17 GW |
Data | 21/01/22 | 29/03/22 | 31/05/22 | 25/07/22 | 05/09/22 | 13/10/22 | 07/11/22 | 13/12/22 | 19/01/23 |
Nº de dias | 42 | 67 | 62 | 55 | 42 | 38 | 25 | 36 | 37 |
Fontes renováveis
A geração própria de energia ajudou a colocar a fonte solar na segunda posição da matriz elétrica nacional: cerca de 2/3 da potência dessa fonte vem da geração distribuída, em telhados ou projetos de minigeração, contra 1/3 de geração centralizada (as fazendas solares de grande porte). A expectativa é de que a GD mantenha o crescimento vertiginoso em 2023.
A evolução da geração própria de energia passa principalmente pelos benefícios oferecidos por essa modalidade, em diferentes aspetos. Para os consumidores, a GD se tornou uma alternativa para garantir previsibilidade e baixar custos, além de contribuir com a transição energética. Em relação ao sistema elétrico nacional, a geração própria de energia reduz custos de transmissão e distribuição e contribui para a segurança do sistema, além de utilizar fontes renováveis.