O Dia Internacional da Reciclagem, 17 de maio, foi definido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência, e a Cultura (Unesco),visando criar espaço para o debate sobre a relevância da prática, conscientizar sobre o correto descarte dos resíduos e como cada um, individualmente, pode contribuir para que o consumo gere cada dia menos impacto ao meio ambiente. No Brasil, diversas iniciativas reforçam os objetivos da data. Para a Basf, por exemplo, a integração da cadeia e compromisso dos consumidores é a chave para o sucesso da economia circular.
A empresa considera que a conscientização sobre descarte correto dos materiais para garantir que eles sejam usados e reciclados. Os plásticos desempenham papel importante em grande parte das aplicações: preservam e ampliam a durabilidade dos alimentos, tornam os carros mais leves para consumir menos combustível, são amplamente usados na construção civil para promover eficiência e versatilidade e são essenciais em alguns setores, como o de produtos médico-hospitalares. Porém, o material se torna um problema quando descartado incorretamente após o seu uso.
Para estimular o comprometimento das pessoas no descarte correto e contribuir para a mudança cultural em direção à economia circular. Essa conscientização é importante para aperfeiçoar a jornada do plástico e garantir que ele seja usado e reciclado — de preferência por diversas vezes — retornando para muitas vidas úteis ao mercado consumidor.
Um estudo encomendado pelo Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico aponta que 23% dos resíduos plásticos pós-consumo foram reciclados em 2021 no Brasil. O mesmo levantamento indica que houve um incremento de 14,3% na produção de plástico reciclado pós-consumo, chegando a mais de 1 milhão de toneladas. “Vemos uma jornada consistente em direção a uma economia circular mais robusta e resultando em produtos com maior valor agregado para retornar ao consumidor”, considera Fernando Henrique Diniz, responsável por economia circular e modelos de negócios na BASF.
Dia Internacional da Reciclagem
Se destinados corretamente, os resíduos deixam de ser lixo que contamina o meio ambiente ou sobrecarregam aterros, e passam a ser insumo para a indústria de reciclagem. E, nesse ciclo virtuoso, o material não só é transformado em novos produtos, como também traz impacto social importante, por gerar emprego e renda. Cada 1 tonelada de material reciclado produzido reduz a média de 1,1 tonelada de resíduo plástico disposto em aterro, com o ganho adicional de gerar trabalho para 3,16 catadores que recolhem esse volume de material no mês, calcula a análise da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).
“Para promover e fortalecer a jornada da economia circular, especialmente do plástico, trabalhamos em diversas frentes: dispomos de um portfólio importante de soluções e aditivos, o B-Cycle, para garantir e melhorar a qualidade do plástico proveniente da reciclagem mecânica atuando em todas as etapas do processo, desde a triagem até a conversão; temos na Alemanha um programa robusto de reciclagem química e já oferecemos ao mercado diversos produtos que foram produzidos com base no balanço de massa, com o plástico inserido como insumo na indústria química”, comenta Diniz. “E aproveitamos também o universo das criptomoedas, com a plataforma colaborativa reciChainTM, que tem base em blockchain, e pretende escalar as soluções para economia circular no Brasil”.
Os primeiros tokens digitais do reciChainTM já estão sendo emitidos e são vinculados ao investimento em uma nova planta de triagem de resíduos pós-consumo da SolvíEssencis na Grande São Paulo. Essa nova infraestrutura vai recuperar materiais recicláveis que seriam descartados e gerar o equivalente em tokens de logística reversa. Cada token é um gêmeo digital de uma tonelada de material processado e representa evidências auditadas que podem ser utilizadas pelas empresas que precisam atender requisitos legais de logística reversa. Além de implementar soluções de reciclagem de resíduos plásticos de forma rastreável e em ambiente seguro e transparente, a plataforma tem o propósito de incentivar projetos que tenham impacto social positivo, gerando inclusão e renda a trabalhadores.
Para Diniz, além do compromisso dos consumidores em garantir o descarte correto, tem sido fundamental a integração e trabalho colaborativo dos diversos elos da cadeia, como os fornecedores, clientes, indústrias, as marcas de consumo, cooperativas, startups, enfim, todos os envolvidos e que têm papel importante para o avanço nessa jornada.
Moda criativa com o Upcyling
A partir do mês de maio, três unidades dos CEUs sob gestão do Instituto Baccarelli oferecem a formação Upcycling: Curso de Moda Criativa ― com foco no processo de reutilização sustentável de materiais para produção de novos artigos ―, voltada para moradores das comunidades atendidas pelos equipamentos. Fruto da parceria do Instituto com a rede de moda feminina Marisa e o Centro Universitário Belas Artes, os cursos promovem uma habilitação completa em temas relacionados à moda e empreendedorismo, indo desde noções de corte-costura, design e processos criativos até questões de sustentabilidade e comunicação.
Com duração de nove meses, os cursos contam com aulas semanais, e pretendem beneficiar 225 pessoas dos CEUs São Pedro / José Bonifácio, Carrão / Tatuapé e Parque Novo Mundo, com idade a partir de 16 anos. As inscrições são realizadas diretamente na secretaria de cada unidade e, em casos de turmas já preenchidas, é possível se cadastrar em filas de espera para possíveis novas vagas. As classes serão compostas por até 15 alunos, e as aulas acontecem em turmas de segunda e quarta; terça e quinta; e aos sábados. No dia 16 de maio, às 17h, aconteceu uma aula inaugural no CEU Carrão / Tatuapé, com representantes da Marisa e do Centro Universitário Belas Artes; os CEUs São Pedro / José Bonifácio e Parque Novo Mundo realizam palestras de abertura dos cursos nos dias 18 e 19 de maio, respectivamente, também às 17h. Ao final do semestre, haverá ainda um desfile para exibição das peças criadas, e todos os participantes que cumprirem com a carga horária mínima receberão certificados emitidos pelo Centro Universitário Belas Artes.
“Nossa missão é transformar vidas”, afirma o Edilson Ventureli, diretor executivo do Instituto Baccarelli. “E essa transformação passa por ampliar os horizontes das pessoas, criar novas oportunidades. Para nós do Instituto Baccarelli é uma honra poder oferecer um curso tão completo para as populações atendidas pelos CEUs Carrão / Tatuapé, São Pedro / José Bonifácio e Parque Novo Mundo. E é extraordinário ter ao nosso lado instituições que são referência em suas áreas, como a Marisa e o Centro Universitário Belas Artes.”
Patrocinadora da iniciativa, a Marisa vai fornecer 12 mil peças de insumo para os cursos, além de custear profissionais, equipamentos, materiais de aula, participar de palestras e ofertar oficinas de estilo. As doações provêm de peças que não estavam em perfeito estado para venda e endossa o pilar social e sustentável da rede, que desde 2021, busca por iniciativas mais humanas e harmoniosas com a natureza.
“A Marisa é uma das marcas que mais entende a mulher brasileira e que valoriza o empreendedorismo feminino e a sustentabilidade da moda. Acreditamos que a moda pode e deve ser sempre reaproveitada, reciclada, repensada, revisitada e com iniciativas como essa, podemos apoiar e contribuir para o desenvolvimento das mulheres em situação de vulnerabilidade social. Ressignificar peças que seriam descartadas é um uma das importantes frentes que estamos em constante desenvolvimento e faz parte de em um dos nossos pilares de circular fashion na nossa estratégia de sustentabilidade” comenta Nivea Pizzolito, coordenadora de sustentabilidade da companhia.
Já o Centro Universitário Belas Artes, que abriga um dos mais conceituados cursos de moda do país, será responsável pela metodologia dos cursos. Visando capacitar pessoas da periferia em técnicas de upcycling, a ação tem como objetivo potencializar a inclusão e o empoderamento, bem como criar espaços de negócio sustentáveis ― temas importantes tanto para a Marisa quanto para o Centro Universitário Belas Artes.
Ao longo do curso, cinco objetivos específicos serão perseguidos: sensibilizar o público-alvo em temas-chave da iniciativa, como sustentabilidade e profissionalização; compreender as necessidades e a vocação particular de cada grupo atendido e seus territórios; ensinar os temas de sustentabilidade, moda, identidade, processos criativos, corte costura e design; transformar os insumos em produtos sustentáveis; e empreender, capacitando as mulheres participantes em temas como construção de marca, vendas e negócios.
Totalmente alinhada ao trabalho desenvolvido pelo Instituto Baccarelli, com foco na capacitação e empoderamento, o Curso de Formação em Upcycling mostra o alinhamento aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) à lista da instituição.
Movimento Plástico Transforma
Como forma de contribuir para o aumento da reciclagem no país, principalmente do plástico, promovendo uma experiência interativa que resulte em uma nova percepção sobre o material, o Movimento Plástico Transforma, iniciativa criada pelo Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), inaugurou recentemente no Museu Catavento, em São Paulo, o espaço Economia Circular do Plástico.
Telines Basílio do Nascimento Júnior, presidente da Cooperativa de Trabalho de Coleta Seletiva da Capela do Socorro (Coopercaps), conta que em 2022, apenas a Coopercaps processou 23 mil toneladas de resíduos, sendo que o plástico representa 50% do faturamento da cooperativa. Isso só demonstra a importância do material dentro da economia circular e para a geração de renda da população.
Localizado no segundo andar do Museu, a atividade reúne desde informações sobre a criação dos plásticos, seus diversos tipos, como eles são aplicados no dia a dia da sociedade, além de jogos e projeções sobre consumo e descarte conscientes, reciclagem e a importância da gestão correta dos resíduos para a evolução da economia circular.
Além desta iniciativa, o Movimento em parceria com a Fundação Cásper Líbero e a Yescom, também realizou nos últimos três anos a coleta dos copos plásticos utilizados pelos corredores da Corrida Internacional de São Silvestre. Apenas em 2022, foram recolhidos cerca de 1.500 kg de copos plásticos que foram transportados até uma gestora de resíduos para triagem e, posteriormente, reciclados para que sejam transformados em novos produtos. Ou seja, os copos plásticos utilizados para hidratar os atletas se tornarão mesas e cadeiras infantis que serão doadas para escolas.
O brasileiro mais bem colocado na última corrida de São Silvestre reforça a importância da separação dos resíduos e de sua destinação correta. Segundo Fábio Jesus Correia, que até o fim do ano passado era coletor e corredor amador, e que após o quarto lugar conquistado na corrida foi contratado pelo clube do São Paulo como atleta, durante o seu trabalho, via muito lixo que poderia ter sido reciclado sendo descartado de forma errada. “Eu coletava produtos descartáveis, mas junto eu via muitos produtos que poderiam ser reutilizados. Eu acredito que se a população fizesse uma melhor separação dos resíduos, muita coisa poderia não ir para os aterros”, complementa.
Simone Carvalho, do comitê técnico do Movimento Plástico Transforma, explica que as duas ações têm como objetivo demonstrar para à sociedade e principalmente para as crianças os benefícios que podem ser obtidos com a reciclagem e a destinação correta de resíduos. “Queremos reforçar a importância da economia circular, em que um mesmo produto pode ser utilizado de diversas formas, transformado em outros materiais, ao invés de ser descartado em um lixão, por exemplo”, finaliza.
Reciclagem de vidro em bares e restaurantes
Quem tiver a oportunidade de visitar as áreas restritas de bares e restaurantes em qualquer capital do país vai se deparar com a difícil realidade que donos de estabelecimentos enfrentam para destinar corretamente os resíduos gerados no cotidiano da sua operação. As embalagens de vidro ficam acumuladas em pilhas de sacos de lixo, ocupando espaços muitas vezes pequenos e inadequados, além de demandarem mão-de-obra para a sua organização.
Como líder mundial na fabricação de embalagens de vidro, a Owens Illinois (O-I), assume o protagonismo de facilitar o retorno do material por meio da responsabilidade compartilhada. Unindo-se a Heineken e a startup Grupo Seiva no projeto Volte Sempre, foram fabricadas máquinas trituradoras de vidros adaptadas às necessidades de bares e restaurantes nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife.
“Acreditamos que a responsabilidade compartilhada gera prosperidade coletiva. Com este projeto, conseguimos demonstrar que cada etapa da cadeia de valor pode, dentro de sua realidade, ajudar a viabilizar a reciclagem do vidro de forma eficiente, levando esta importante e preciosa matéria prima de volta a indústria, contribuindo não só para uma menor pegada de carbono, mas com a geração de renda e economia operacional para bares, restaurantes e para o poder público”, salienta Alexandre Macário, diretor do Departamento de Economia Circular da O-I.
A iniciativa de circularidade vai ao encontro das diretrizes do Decreto Federal 11.300, publicado em dezembro de 2022, que institui o sistema de logística reversa de embalagens de vidro e distribui a responsabilidade pelo destino correto do material aos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores.
A reciclagem do vidro é uma das mais eficientes na indústria, com um quilo de vidro, é possível produzir outro quilo de vidro sem emitir CO2 extra para a atmosfera. Se, por outro lado, for para aterros sanitários, que já estão atingindo sua capacidade máxima, apesar de não interagir com o solo e com o meio ambiente, o vidro pode levar vários anos para se decompor na natureza. No entanto, apenas 24% desse material é reciclado no Brasil.
As 143 máquinas trituradoras, viabilizadas pela O-I na primeira fase do projeto, já estão sendo instaladas nos estabelecimentos parceiros. O vidro será triturado e escoado para bombonas com capacidade para armazenar até 400 longnecks trituradas. Na etapa seguinte, os cacos de vidro serão recolhidos e levados por caminhões até as fábricas da O-I. O plano de expansão prevê a instalação de 763 máquinas até 2025. A estimativa é coletar 115 mil toneladas de vidro, com uma redução de 61.118 toneladas de CO² lançadas na atmosfera no período de 5 anos.
Ao impedir que esses resíduos tenham como destino os aterros sanitários, a iniciativa pode resultar numa economia de gastos públicos da ordem de 57 milhões. O modelo foi desenhado para permitir a rastreabilidade das garrafas desde o local de consumo, bares e restaurantes, até as fábricas da O-I, no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, onde serão 100% recicladas e transformadas em novas garrafas Heineken. Dessa forma, pode-se afirmar que finalmente o vidro terá seu ciclo infinito do berço ao berço.
Destinação sustentável do lixo
A busca por soluções para transformar o problema dos resíduos em oportunidade de geração de energia nunca foi tão urgente. Só em 2022, o brasileiro gerou 81,8 milhões de toneladas de lixo. A destinação final ainda é um desafio, pois 39% dos resíduos sólidos coletados continuam sendo encaminhados para aterros sanitários, ocasionando graves prejuízos ao meio ambiente e à qualidade de vida da população.
A região metropolitana de Curitiba está empenhada para contribuir com uma destinação mais sustentável do lixo. Isso porque, o acordo de cooperação técnica assinado, entre Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (CONRESOL) e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), tem como objetivo a viabilização do tratamento dos resíduos sólidos dos municípios consorciados para a produção de CDRU (Combustível Derivado de Resíduos Urbanos), com destinação para o uso em fornos das cimenteiras instaladas na região.
O CDRU representa uma grande oportunidade para o setor cimenteiro e para a sociedade como um todo. Trata-se de um substituto energético do coque de petróleo, utilizado como combustível para a fabricação de cimento, que traz inúmeros benefícios ambientais e sociais.
Com a substituição do coque de petróleo pelo CDRU, é possível reduzir significativamente as emissões de carbono, contribuindo para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
Além disso, o coprocessamento de novas fontes energéticas e renováveis nas fábricas de cimento ajuda a diminuir a quantidade de resíduos dispostos em aterros sanitários, evitando passivos ambientais e problemas de saúde pública.
O Consórcio é responsável pela implementação do projeto em sua região de atuação, composta por 24 municípios. Com investimentos privados que podem chegar a R$ 500 milhões, o projeto prevê a adequação das fábricas de cimento e a construção de unidades de preparo do CDRU. Além disso, a iniciativa tem potencial para gerar cerca de 400 novos postos de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região.
As três fábricas de cimento instaladas na região possuem capacidade para consumir anualmente cerca de 200 mil a 300 mil toneladas de CDRU. “O setor cimenteiro pode colaborar no aumento da vida útil dos aterros sanitários e industriais. Ademais, fomenta o progresso dos níveis de reciclagem, com a recuperação de áreas contaminadas, além da redução de emissão do gás metano. Portanto, este acordo traz um enorme potencial para ampliar as discussões e achar alternativas viáveis para que os investimentos necessários para uma destinação ambientalmente mais adequada ocorram na cadeia como um todo, trazendo, portanto, benefícios concretos ao meio ambiente e à sociedade” diz o presidente da ABCP, Paulo Camillo Penna.
A indústria do cimento é um dos segmentos com maior potencial para operar com grandes volumes de lixo doméstico não reciclável. A tecnologia de coprocessamento transforma resíduos sólidos urbanos e industriais e passivos ambientais em energia térmica. Neste processo, o resíduo substitui parte do combustível que alimenta a chama do forno para a produção do clínquer (principal matéria-prima do cimento). Uma opção segura para a destinação adequada e sustentável de resíduos e de passivos ambientais em fornos de cimento.
Importante ainda ressaltar a parceria atual entre a indústria do cimento e as cooperativas de reciclagem e catadores da região.
Graças a essa colaboração, os rejeitos gerados pelas cooperativas de reciclagem e catadores, que antes eram simplesmente descartados em aterros sanitários, agora são destinados às fábricas de cimento, reduzindo os custos de descarte e promovendo a economia circular. Essa prática não apenas traz benefícios para a indústria, como também contribui para a inclusão social e a preservação do meio ambiente.
Combustíveis renováveis
O setor de cimento também estabeleceu de maneira vanguardista suas metas em relação à redução dos seus níveis de emissão dos gases de efeito estufa e para isso pretende chegar em 2050 utilizando 55% de combustíveis renováveis de diversas fontes, tais como: resíduos urbanos sem reciclabilidade, lodo de esgoto, pneus inservíveis, agrícolas (casca de arroz, caroço do açaí, casca do babaçu, poda de árvores) e resíduos industriais.
“Atualmente, a matriz energética já utiliza 26% de combustíveis alternativos, equivalente a quase 2.5 milhões de toneladas por ano, e tem conseguido reduzir gradativamente a cada ano sua dependência do coque de petróleo, combustível fóssil, altamente emissor e em sua grande parte importado, sujeito às variações constantes de preço do mercado internacional”, explica o presidente.
Para tanto, a indústria do cimento tem como meta a inovação e o desenvolvimento tecnológico, que visa oferecer um cimento de qualidade que atenda às necessidades crescentes do país. “Somado a isso temos o compromisso de atingir nossas metas de emissão, ao mesmo tempo que desempenhamos um papel relevante na destinação mais adequada dos diversos tipos de resíduos, muitas vezes descartados em locais inadequados quando poderiam ser reaproveitados dentro do processo produtivo em conformidade com a economia circular”, finaliza o dirigente.
Prêmio internacional WorldStar Award
A Plastiweber, empresa gaúcha de soluções sustentáveis em plástico, conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o prêmio internacional WorldStar Award, principal reconhecimento do setor mundial de embalagens. Promovida pela Organização Mundial de Embalagens (WPO, na sigla em inglês), a cerimônia de premiação aconteceu no último sábado (6/5), em Düsseldorf, na Alemanha. O prêmio dado à Plastiweber foi pelo primeiro envelope de e-commerce do mercado desenvolvido com 75% de conteúdo reciclado, sendo uma solução de alta performance que chega às mãos do consumidor final e tem múltiplas possibilidades de reciclagem.
O WorldStar Awards 2023 reconheceu embalagens que se destacaram pelo caráter de inovação na indústria, pela excelência e pelos compromissos com a sustentabilidade e com a sociedade. Ao todo, foram 488 empresas, de 41 países, inscritas para concorrer aos prêmios. As 228 marcas vencedoras oferecem soluções que atendem a desafios ambientais, de higiene e tecnologia; do total, 9 premiadas são do Brasil.
O envelope de e-commerce da Plastiweber resulta de uma cadeia circular de suprimentos e concorre, em termos técnicos e sustentáveis, com outras embalagens usadas na entrega de itens vendidos pela internet, como caixas de papelão e embalagens feitas com plástico virgem. A solução atende aos mercados de moda, calçados, alimentos, informática, tecnologia, livros, games, entre outros setores que, muitas vezes, têm a demanda de uso de pacotes mais compactos e leves.
O diretor executivo da Plastiweber, Moisés Weber, e o head de novos negócios da empresa, Lucas Pellenz, estiveram na cerimônia de premiação na Alemanha. Para Weber, o simbolismo do prêmio está, em grande parte, no novo olhar que a indústria e a sociedade devem ter para o plástico:
“Existe uma ideia do plástico como o grande vilão do meio ambiente, mas é um material resistente, maleável, durável e infinitamente reciclável. O envelope de e-commerce que desenvolvemos reforça um novo paradigma para as marcas, que devem enxergar os benefícios da economia circular, e para os consumidores, que entendem que aquela embalagem pode e deve voltar à cadeia para múltiplas oportunidades de reciclagem. Essa é uma vitória dos nossos funcionários, parceiros, clientes e de toda a comunidade que trabalha conosco para dar novas vidas aos resíduos plásticos”, explica.

Diretor executivo da Plastiweber, Moisés Weber, e o head de novos negócios da empresa, Lucas Pellenz
O diretor executivo complementa que o mercado brasileiro ainda tem um longo caminho a percorrer na aderência a embalagens mais sustentáveis:
“Parte do mercado ainda desconhece ou não compreende o verdadeiro valor de soluções desenvolvidas com materiais PCR. Todos os nossos produtos são pensados como incentivo a uma economia circular, a um novo modelo econômico que nos faz repensar nossos modos de produção e consumo. Em outros países, as empresas já estão se comprometendo com a economia circular mais a fundo, inclusive a nível de legislação, e com o desenvolvimento de embalagens monomateriais, para otimizar a reciclabilidade destas embalagens após o consumo”, destaca.
Sediada em Feliz (RS), a Plastiweber tem mais 25 anos de experiência na produção de plásticos flexíveis, filmes e polímeros reciclados e é reconhecida por oferecer uma linha de embalagens secundárias 100% PCR para aplicações de alto desempenho. Em todas as embalagens desenvolvidas pela empresa, o plástico usado na produção vem de um ecossistema circular com mais de 50 atores envolvidos. São cooperativas de catadores de resíduos, escolas, projetos socioambientais, brand owners e marcas do varejo que viabilizam a logística reversa, para que o material retorne à Plastiweber e seja reinserido na cadeia produtiva.
Somente em 2022, a empresa transformou mais de 377 milhões de embalagens plásticas em novas soluções, produzindo mais de 8.209 toneladas de embalagens a partir de matéria-prima pós-consumo retirada da sociedade. Isso possibilitou a redução de emissão de 16 milhões de quilos de CO2, além de diminuir o consumo de mais de 9 milhões de litros de petróleo e de 24 milhões de quilowatts de energia elétrica. Foram gerados, ainda, 7 mil empregos diretos e indiretos em toda a cadeia.