Os Riscos ESG são ameaças e oportunidades, relacionados a fatores ambientais, sociais e de governança, que podem impactar diretamente a reputação e o desempenho financeiro de uma empresa, podendo ter efeitos positivos ou negativos. Justamente por isso, saber como evitá-los e mitigá-los é um tema que tem chamado a atenção dos executivos. Tanto que, segundo dados levantados pela Bravo Research, braço de inteligência e insights da Bravo GRC, o mercado mundial de Governança, Riscos e Compliance deve apresentar um crescimento médio anual de 13% até 2025.
Ainda de acordo com o estudo, a projeção é de que a demanda global por soluções e serviços voltados a esse setor em 2025 represente um mercado de U$60,8 bilhões. “Esse crescimento se deve, principalmente, ao fato de que os gestores de empresas já começaram a entender que uma agenda robusta de Gestão de Riscos pode ser um componente importante para minimizar prejuízos, prever momentos de instabilidade e testar cenários de stress”, comenta Claudinei Elias, CEO e fundador da Bravo GRC e especialista em Governança, Riscos, Compliance e ESG.
Riscos ESG
Elias ressalta ainda que nos dias atuais há diversos riscos que precisam estar no radar das empresas de todos os portes, pois podem afetá-las diretamente. Dentre eles, o especialista destaca quatro:
Riscos das mudanças climáticas: De acordo com o Relatório de Riscos Globais 2022, do Fórum Econômico Mundial, a mudança climática é o principal risco global em termos de probabilidade e impacto. Ou seja, os impactos das mudanças climáticas, como o aumento do nível do mar e a frequência de desastres naturais, representam riscos significativos para empresas, comunidades e indivíduos. “Porém, ainda assim observamos, em eventos recentes, que há muita falta de preparação preventiva, ativa e de crises. As empresas precisam reforçar os esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, adaptar-se às mudanças nos padrões climáticos e desenvolver resiliência aos riscos relacionados ao clima. Precisamos ir além da compra de crédito de carbono, olhar com profundidade a questão do consumo consciente, da circularidade, dos novos materiais e da regeneração natural é de fundamental importância”, ressalta o especialista.
Riscos de segurança cibernética: Com o aumento do uso e da dependência de tecnologias digitais e armazenamento de dados, os riscos relacionados à cibersegurança se tornaram uma grande preocupação, não só para as pessoas, como para as empresas. Ataques cibernéticos, violações de dados e outras formas de interrupção digital podem acarretar em sérias consequências (financeiras, de reputação e legais) para os negócios. “Dito isso, é essencial que as organizações invistam em protocolos e tecnologias robustas de cibersegurança para proteger contra riscos potenciais. Novas formas de financiamento e transferências desses riscos têm sido uma constante; entre elas, a adoção de um bom programa de seguros cibernéticos é uma boa ação”, comenta Elias.
Riscos geopolíticos: As tensões contínuas entre as grandes potências, as disputas comerciais e as guerras representam riscos geopolíticos significativos que podem afetar a estabilidade global e o crescimento econômico. “Observando os dados e tendências, fica claro que esse tipo de risco está se tornando cada vez mais complexo e interconectado, trazendo possíveis impactos nas cadeias de suprimentos, investimentos e operações. O ideal é que as empresas monitorem os desenvolvimentos geopolíticos e desenvolvam planos de contingência para mitigar os riscos potenciais”, explica Elias.
Riscos de pandemia: A Covid-19 foi um evidente exemplo do impacto significativo que as pandemias podem ter na saúde pública, nos sistemas sociais e econômicos e na estabilidade global. “Não sabemos quais são ou em que local do mundo novas doenças e potenciais epidemias aparecerão, mas é fato que o sistema de respostas a essas crises globais deve avançar”, destaca Elias, ressaltando que quando os riscos potenciais são identificados e abordados desde o início, as empresas podem minimizar o impacto de eventos adversos e garantir resiliência e sustentabilidade a longo prazo.
Monitoramento
Além desses Riscos, há diversos outros que, também, precisam ser monitorados. Por isso, o especialista indica que as empresas tenham uma solução integrada de GRC.
“Esse tipo de sistema poderá armazenar e extrair dados de riscos de várias fontes de maneira contínua, sejam eles provenientes de sistemas, feeds externos, mídia social, interações com clientes, alterações regulatórias, atividades funcionais ou de áreas de suporte ao negócio, possibilitando que a Gestão de Riscos seja realizada de forma mais eficiente ”, diz Elias.