Sem o suporte da logística reversa para o descarte adequado, as baterias de veículos elétricos podem virar 43 mil toneladas de lixo perigoso até 2030. Essa é a conclusão do levantamento feito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) em 2022. O estudo aponta que a ausência de uma regulamentação para a logística reversa das baterias que armazenam a eletricidade dos veículos elétricos representa um potencial risco ambiental para o país, apesar do impacto positivo da tecnologia usada nesses automóveis na redução de emissões de gases de efeito estufa.
Embora a inserção desses veículos seja cada vez mais pronunciada no Brasil e no mundo, nem todos os impactos ambientais são potencialmente positivos. Para especialistas, é preciso a realização de debates e regulamentações para o aumento do fluxo da logística reversa de baterias de carros elétricos.
Baterias de veículos elétricos
Segundo o Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica da Faculdade Anhanguera, Mauro Paipa Suarez, essas desvantagens precisam ser analisadas, visando o meio ambiente e a qualidade de vida da população. “Desde sua fabricação, até o seu descarte, o uso da modalidade de VEs (veículos elétricos) ainda conta com grandes desafios em relação a produção, tempo de vida e, principalmente, ao descarte das baterias. Existem propostas de reaproveitamento, mas isso não resolve o problema do descarte do material, que causa um enorme impacto ao meio ambiente, podendo ser letal até 2030”, diz.
Para Mauro, apesar da alta usabilidade de veículos elétricos, o crescimento ainda é lento, em função desconfiança por parte da população. Ele acredita ser necessário prestar atenção aos materiais utilizados nas baterias dos VEs, antes que eles sejam popularizados.
“Este mercado continuará a crescer com a evolução da modalidade, principalmente, no Brasil. Porém, ainda é necessário resolver os problemas de uso de materiais adequados na construção das baterias, com o melhoramento nas velocidades e carregamentos, antes deles serem adquiridos pela população nos próximos anos”, conclui o professor.