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Público lotou a área externa do MAM – Rio para festival Amazônia de Pé - RMAI

Público lotou a área externa do MAM – Rio para festival “Amazônia de Pé”

by Fábio Rocha

Mesmo com a chuva e a baixa temperatura, foi um sucesso a edição carioca do festival gratuito “Virada Cultural Amazônia de Pé”, realizada, no dia 4 de setembro, com 10 horas de programação, no Museu de Arte Moderna (MAM), considerada a maior mobilização nacional pela proteção da Amazônia.

Desde cedo, o evento idealizado pela ONG NOSSAS, reuniu apresentações de artistas amazônicos, atividades educativas e culturais para crianças e a coleta de assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular “Amazônia de Pé”, que pretende proteger mais de 57 milhões de hectares na Amazônia Legal.

Na parte da manhã e início da tarde, a programação foi voltada para as crianças com apresentações dos grupos Farra de Brinquedo e Mundo Afora. A partir das 14h, o público começou a chegar na parte externa do MAM para assistir e cantar até final do evento de grandes shows, como de uma das atrações principais, Geraldo Azevedo, além de Silvan Galvão e Carimbloco, Samba Que Elas Querem, Felipe Cordeiro e Manoel Cordeiro, Metá Metá, Edgar, Nic Dias, BK, Slam Lage, Mcs Martina e Kaoma e Dauá. No início e nos intervalos, DJ Gust e VJ Carol Santana animaram a Virada Cultural.

 

Virada Cultural Amazônia de Pé

 

A “Virada Cultural Amazônia de Pé” é uma ação coletiva e em rede, em que centenas de eventos que acontecerão até o dia 10 de setembro, em alusão ao Dia da Amazônia, comemorado dia 5 de setembro. O objetivo é fazer a maior mobilização nacional pela proteção da Amazônia que, segundo o Imazon, nos últimos 12 meses teve o maior índice de desmatamento em 15 anos.

Além das organizações que integram a Virada, centenas de escolas, aldeias, coletivos e movimentos estão organizando ações culturais como forma de conversar com os brasileiros sobre a urgência em salvar a floresta que ainda se mantém de pé.

Também estiveram prestigiando o evento o ator Gregório Duvivier e as indígenas ativistas Txai Suruí e Samela Sateré Mawé – que subiram no palco e falaram sobre a preservação da Amazônia. “As pessoas só veem a imensidão verde da floresta, mas poucas sabem sobre as pessoas que ali vivem e sobre toda a questão social que passa dentro do nosso bioma. Não tem como pensar em justiça climática, em justiça ambiental, sem levar em consideração os povos indígenas porque nós somos os principais guardiões do meio ambiente”, informou Samela.

Segundo ela, o Brasil é terra indígena, dos 100% de terra indígena que o país tinha, só nos restaram 13% do território nacional de terra indígena demarcada e desse percentual, dados científicos mostram que são os que mais têm preservação da biodiversidade, da fauna, da flora e dos povos originários que ali vivem. “Mas esses territórios estão sendo ameaçados. Estamos cansados de ver desmatamento, queimadas, caça e pesca e garimpos ilegais, de ver nossas crianças serem assassinadas por dragas de garimpos nos rios e as meninas serem estupradas por garimpeiros. Estamos chegando em um ponto catastrófico. Como manter a Amazônia de Pé? Guardando e preservando os povos indígenas, respeitando a nossa cultura e identidade, assinando o projeto de lei Amazônia de Pé que visa destinar florestas públicas dentro do nosso bioma para unidades de conservação e territórios indígenas, para ficarem mais preservados e livres de garimpo, mineração, queimadas, desmatamento e de grilagem”, disse Samela.

 

Cultura em prol da Amazônia

 

O Festival integra uma série de ações da ONG NOSSAS que visa chamar a atenção para a proteção das terras públicas brasileiras, foco do seu projeto de lei. Ao realizar um evento cultural deste porte, a NOSSAS busca integrar as pessoas no debate e convidar para a ação através da assinatura no Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP).

“A Virada Cultural Amazônia de Pé começou com força total e está sendo emocionante ver a campanha ganhar tantos territórios, corações e mentes. São mais de 600 eventos em todo o país para celebrar e defender a floresta de pé. Nesse primeiro final de semana, vimos milhares de pessoas nas ruas em defesa da Amazônia em várias cidades, como Rio de Janeiro, Belém e Macapá. A cultura se uniu à organizações e movimentos para dizer que somos a última geração que pode salvar a Amazônia. Estamos vendo na prática que a proteção da floresta é uma prioridade máxima dos brasileiros e que o movimento pela Amazônia de Pé só vai crescer.”, afirma Daniela Orofino, diretora de mobilização da ONG NOSSAS e da campanha.

Amazônia de Pé ainda realiza uma série de atividades culturais no norte brasileiro em torno do Dia da Amazônia. Dentro do Festival Manifestar, que acontece de 05 a 10 de setembro, em Santarém, no Pará, e vem sendo construído por diversos coletivos e organizações, será montado o palco Amazônia de Pé, que encerra a programação com shows que trazem vozes potentes pela preservação ambiental e do direito à terra.

As Suraras do Tapajós recebem Khaline Karajá e Maria Gadu, o show Vozes da Amazônia, sob a direção de Silvan Galvão, traz Mato Aguiar, Nilson Chaves, Mestre Chico Malta e diversos outros nomes da música nortista, e o show “Coletivo de Trap de Santarém” que reúne novos nomes do rap do Baixo Tapajós. Além dos festivais, 27 organizações e coletivos de todo o Brasil receberam incentivos do Amazônia de Pé, através da ONG NOSSAS, para a realização de atividades culturais que promovessem a coleta de assinaturas do projeto de lei Amazônia de Pé.

Para saber mais sobre a campanha acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=sLBwBnfCRjI&t=13s

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